Guia completo da higiene do bebê: cuidados e escolhas seguras para os primeiros meses de vida

Nos primeiros meses de vida, cada cuidado com o bebê é também uma forma de amor. O banho, a troca de fraldas e até os pequenos gestos do dia a dia ajudam o bebê a se sentir acolhido e protegido. Por isso, falar sobre higiene vai muito além da limpeza, é falar sobre vínculo, toque, afeto e segurança.

Se você está começando agora sua jornada na maternidade ou na paternidade ou já tem uma certa experiência, vale destacar que não existe um jeito único ou “perfeito” de fazer isso, e sim o que é mais viável e confortável para a sua família. 

Neste guia, reunimos as principais orientações e dicas para que você possa cuidar da higiene do bebê, especialmente do nascimento aos 6 meses de vida, com confiança e fazendo a escolha de métodos e produtos de forma mais consciente.

O primeiro banho: quando, como e com quem

O primeiro banho do bebê é um momento marcante e cheio de emoção para muitas famílias. Seja na maternidade, seja em casa, é o início de uma rotina de cuidado com um corpinho ainda tão delicado, que está se adaptando ao mundo fora do útero. 

É comum surgirem dúvidas: quem deve dar o primeiro banho? É melhor na banheira ou no chuveiro? Quais produtos usar com um recém-nascido? Quantos banhos o bebê recém-nascido deve tomar? Mais do que uma tarefa, o primeiro banho pode ser um instante de conexão, aconchego e relaxamento. E, claro, será o primeiro de muitos! 

As orientações que você verá a seguir, baseadas nas recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), ajudarão a tornar esse momento mais seguro e tranquilo desde o início.

Quando dar o primeiro banho no bebê?

O primeiro banho não precisa ter pressa. O mais importante é esperar até que o bebê esteja com a temperatura corporal estável e pronto para esse novo contato com a água. O ideal é que aconteça pelo menos após 24 horas do nascimento ou, se não for possível por qualquer motivo, no mínimo depois de 6 horas.

Antecipar esse momento pode atrapalhar a golden hour (o contato pele a pele entre mãe e bebê) e a amamentação, além de deixar o bebê mais vulnerável ao frio e ao desconforto. A única exceção é para os recém-nascidos de mães com diagnóstico de HIV, que devem receber o banho o quanto antes para reduzir o risco de transmissão.

Vérnix caseoso

Você já deve ter observado que os bebês nascem envoltos em uma espécie de camada branca. O nome disso é vérnix caseoso, uma substância esbranquiçada e gordurosa que recobre a pele da maioria dos recém-nascidos. Ele forma uma barreira natural que hidrata, protege e auxilia na maturação da pele. Também possui propriedades antibacterianas e antioxidantes e ajuda a reduzir a perda de água e o pH cutâneo.

Por suas funções protetoras, o vérnix não deve ser removido nas primeiras horas de vida, exceto em casos de risco de transmissão de doenças maternas. Ao aguardar o tempo recomendado para dar o primeiro banho, ele permanece mais tempo na pele do bebê e aos poucos irá se desprendendo naturalmente nos próximos banhos.

Como dar o primeiro banho no bebê?

Antes de começar, aqueça o ambiente e prepare o kit de higiene de bebê com tudo o que vai precisar – toalha, sabonete, fralda e roupa – para que nada falte na hora. Uma música suave pode ajudar a criar um clima calmo e agradável. Durante o banho, converse ou cante para o bebê, explicando cada passo para que ele se sinta seguro. 

Atenção à temperatura

O mais recomendado no início é o banho de imersão, ou seja, na banheira, pois promove menor perda de calor e maior conforto ao recém-nascido. Porém, algumas famílias se adaptam melhor ao banho de chuveiro logo nos primeiros dias. Converse com o pediatra sobre o assunto e alinhe com ele o que é mais adequado para a sua rotina.

A água deve estar entre 37°C e 37,5°C. Você pode utilizar um termômetro ou colocar o cotovelo submerso para testar a temperatura, pois ele é mais sensível do que as mãos. O banho não deve durar muito (de 5 a 10 minutos está ótimo).

Depois do banho, envolva o bebê em uma toalha macia e limpa, secando-o com movimentos leves. Lembre-se de manter o ambiente do banho e da troca aquecido, especialmente em dias frios e jamais deixe o bebê sozinho na banheira ou no trocador. 

Quantas vezes?

O banho do bebê pode ser diário, especialmente no verão ou em regiões quentes, mas também pode acontecer de 2 a 3 vezes por semana, dependendo da rotina e dos costumes da família e desde que se higienize as pregas, o cordão umbilical e a área de fraldas. Sempre que possível, escolha os horários de mais calor do dia, para que o bebê fique confortável e não sinta frio.

Com quais produtos?

Um estudo brasileiro analisou diferentes tipos de sabonetes infantis e descobriu que o pH varia bastante entre as marcas e formatos. Os sabonetes líquidos apresentaram valores mais próximos do ideal (levemente ácido), enquanto os antibacterianos foram os mais alcalinos (maiores valores de pH), o que pode ressecar e irritar a pele sensível dos bebês. 

Já os sabonetes syndets, com pH levemente ácido e fórmula suave, mostraram-se os mais adequados para recém-nascidos e lactentes, especialmente aqueles com pele sensível ou condições específicas de pele, pois eles limpam de forma delicada, sem ressecar nem irritar, e ainda ajudam a preservar o vérnix. 

O ideal é optar sempre por produtos próprios para recém-nascidos nos primeiros meses e os da linha bebê nos meses seguintes, de preferência sem fragrâncias e sem sulfatos. Outra alternativa interessante são os produtos manipulados. Assim, você pode optar por fórmulas elaboradas por profissionais que você confia e com os ingredientes mais limpos possíveis. 

Como segurar e limpar o bebê com segurança

Uma forma segura e aconchegante de dar banho é manter o bebê enrolado em uma fralda de pano durante a imersão, desenrolando-o aos poucos para limpar cada parte do corpo. Essa técnica ajuda a manter a temperatura do bebê estável e a tornar o momento mais tranquilo e menos estressante. O mesmo pano ou um algodão podem ser usados com delicadeza para limpar olhos e nariz.

O mais importante é focar na higiene das áreas que se sujam com mais facilidade, como as preguinhas da pele (pescoço, braços, pernas e virilha), o cordão umbilical e a região das fraldas, garantindo conforto e proteção para o bebê.

Cuidados com o coto umbilical

O coto umbilical é o pedacinho do cordão que fica preso ao umbigo após o nascimento. Limpar e secar a região não causa dor ao pequeno, já que o coto não tem terminações nervosas, e é fundamental na higiene do bebê e na prevenção de doenças.

Em hospitais ou ambientes com baixo risco de infecção, o coto deve ser mantido limpo e seco, sem necessidade de álcool 70% ou clorexidina. Já em locais com maior risco de contaminação, como partos domiciliares sem material estéril, o pediatra pode indicar clorexidina 4% uma vez ao dia durante a primeira semana de vida. 

Dicas para manter a área bem cuidada

  • lave bem as mãos antes de tocar no bebê;
  • troque as fraldas com frequência, dobrando a parte inferior para não cobrir o coto, mantendo a área ventilada;
  • não enfaixe nem cubra o umbigo, nem com a fralda nem com objetos (como moedas) que podem prejudicar a cicatrização e causar infecções;
  • observe o umbigo todos os dias e em caso de vermelhidão, secreção amarelada ou odor forte converse com o pediatra;
  • o coto umbilical seca e cai sozinho, normalmente entre 5 e 15 dias de vida. Cada bebê tem seu tempo, por isso o mais importante é observar e cuidar diariamente.

Troca de fraldas e o cuidado com a região íntima

A pele da região coberta pela fralda é delicada e sensível, o que pode causar vermelhidão, bolinhas e desconforto, a chamada dermatite de fralda ou “assadura”. Embora rara nos primeiros dias, tende a aparecer a partir do primeiro mês em até 35% dos bebês, com pico entre 9 e 12 meses. 

O problema é favorecido pelo contato prolongado com a urina e fezes, excesso de umidade, fricção, produtos irritantes e mudanças na alimentação, especialmente após a introdução de alimentos sólidos. A prevenção é a melhor forma de cuidado.

Como prevenir assaduras em bebês

  • limpe a pele com água e algodão, de forma suave;
  • não esfregue, para evitar atrito, e não remova toda a camada do creme de assaduras, apenas resíduos visíveis;
  • faça a troca com frequência, logo após a criança urinar ou evacuar. Para recém-nascidos, a cada 1 a 2 horas durante o dia e pelo menos uma vez à noite; para os demais, a cada 3 a 4 horas. Independentemente do tipo de fralda escolhida, quanto mais frequente a troca, menor o risco de dermatite da área de fraldas;
  • higienize corretamente as fraldas ecológicas ou reutilizáveis. Elas podem ser lavadas à máquina, sem deixar de molho. A secagem ao sol ajuda a remover manchas. Se a lavagem ou armazenamento forem inadequados, pode haver acúmulo de amônia ou sabão, o que irrita a pele do bebê.

Creme preventivo de assaduras

Os cremes de barreira ou cremes preventivos de assaduras, geralmente à base de óxido de zinco ou dexpantenol, formam uma camada protetora sobre a pele, prevenindo e ajudando a tratar irritações. Devem ser hipoalergênicos, dermatologicamente testados e aplicados em camada fina a cada troca, sem necessidade de remover completamente o produto nas trocas seguintes, desde que a pele esteja limpa de resíduos como fezes e urina.

Produtos com medicamentos, como corticosteroides ou nistatina, não devem ser usados para prevenção e só devem ser aplicados sob orientação médica.

Lenços umedecidos

Lenços umedecidos podem ser usados, especialmente em passeios, mas em casa, procure usar somente algodão e água. Para recém-nascidos, o ideal é usar apenas lenços específicos para essa faixa etária, garantindo que sejam seguros para a pele delicada. Ao escolher o produto, verifique o rótulo para confirmar informações como:

  • é indicado para uso desde o nascimento;
  • produto livre de álcool, fragrâncias, conservantes (como parabenos), óleos essenciais e detergentes (como sulfatos);
  • tem pH balanceado ou tamponado para manter a acidez natural da pele.

À medida que o bebê cresce, esses cuidados continuam importantes, mas há mais opções disponíveis. Se houver dúvidas sobre a composição, consulte o pediatra antes de usar. 

Cuidados específicos na higiene de meninas e meninos

A higienização da troca de fraldas tem algumas diferenças entre bebês meninas e bebês meninos.

  • Na higiene das meninas: é importante limpar a região íntima sempre da frente para trás, evitando que fezes ou urina entrem na vagina ou no canal urinário. Abra delicadamente os grandes lábios para remover acúmulo de urina e resíduos de fezes, mas não é necessário retirar a secreção branca que naturalmente se forma na região.
  • Na higiene dos meninos: a limpeza deve ser feita com cuidado, envolvendo o pênis, a bolsa escrotal e as dobras da pele. Não puxe nem force a pele que cobre a glande (prepúcio), que nos primeiros anos de vida é naturalmente aderida e não exige intervenção. A higienização deve ser feita apenas na parte externa, sem tentar expor a glande, evitando dor e pequenas lesões.

Cuidados com a pele do bebê

Você sabia que a pele dos bebês é muito mais sensível que a pele dos adultos? A camada mais superficial, conhecida como estrato córneo, é a principal responsável pela função de barreira e, em crianças de até 24 meses, chega a ser 30% mais fina, tornando a pele infantil mais suscetível à penetração de irritantes, alérgenos e infecções. 

As células da pele dos bebês também são menores e se renovam mais rápido do que nas pessoas adultas. Além disso, a estrutura da pele dos pequenos é especial, com camadas que se conectam de um jeito único, tornando-a mais sensível e delicada. Por isso é essencial usar produtos desenvolvidos especialmente para bebês (suaves, sem fragrâncias e com pH equilibrado).

Possíveis alterações na pele

Nos primeiros meses, é comum notar descamações leves, especialmente nas pernas, braços ou barriga. Isso faz parte da adaptação da pele ao ambiente fora do útero e não requer preocupação. Basta manter a hidratação com produtos específicos para bebês e evitar banhos muito longos ou com água quente, que a ressecam ainda mais.

A pele dos pequenos também pode reagir a tecidos sintéticos, produtos de higiene ou até ao calor. Pequenas manchas vermelhas, coceiras ou áreas ásperas costumam indicar uma reação leve, que geralmente melhora com hidratação e evitando o produto irritante. Mas se surgirem bolhas, feridas, secreção ou o bebê demonstrar desconforto, é importante procurar o pediatra para uma avaliação.

Exposição ao sol

A pele dos bebês é mais fina e com menor produção de melanina, o que a torna mais sensível aos efeitos nocivos da radiação ultravioleta. A exposição solar inadequada nos primeiros anos de vida pode causar danos cumulativos à pele. O banho de sol também não é indicado para tratar icterícia. Nesse caso, a fototerapia é o método mais seguro e eficaz.

As principais orientações em relação à exposição solar são:

  • antes dos 6 meses: evitar sol direto, priorizando barreiras físicas como roupas, bonés e sombrinhas;
  • entre 6 meses e 2 anos: evitar o sol direto entre 10h e 16h, utilizar filtros solares físicos do tipo mineral (pois são mais suaves e formulados com menos componentes químicos, sendo hipoalergênicos e ideais para peles sensíveis, além de ter uma ação protetora imediata) e continuar usando barreiras físicas, como bonés, chapéus e roupas com proteção UV.

Cabelo, unhas, orelhas, nariz e boca

Além do banho e da troca de fraldas, os pequenos também precisam de cuidados especiais em outras partes do corpo que garantem a higiene e favorecem a saúde. Confira a seguir como cuidar do cabelo, das unhas, das orelhas, do nariz e da boca do seu bebê com segurança e delicadeza.

Cabelo

Nos primeiros meses de vida, o sabonete usado no corpo pode ser aplicado também no cabelo, especialmente nas versões “cabeça aos pés”. O cuidado com o couro cabeludo e os fios segue os mesmos princípios da pele. Procure optar por produtos não tóxicos, suaves, sem fragrância, que respeitem o pH natural e não causem irritação.

Até que a criança cresça e haja necessidade real, o xampu, o condicionador e os cremes de pentear não são necessários. O mais importante é sempre escolher produtos seguros para a pele e os olhos, que protejam e respeitem a delicadeza do bebê. E para pentear os cabelos delicados do bebê, prefira escovas de cerdas macias e naturais, que penteiam sem machucar o couro cabeludo sensível.

Unhas

As unhas dos recém-nascidos devem ser mantidas limpas e curtas para evitar arranhões e escoriações. É possível usar tesourinhas de ponta arredondada, cortadores específicos ou lixas suaves, sempre com atenção para não machucar a pele.

Um bom momento para cortar as unhas é após o banho, quando o bebê está mais calmo, ou enquanto ele dorme. Antes de cortar, pressione levemente a unha para delimitá-la melhor, reduzindo o risco de cortar a pele acidentalmente.

As unhas das mãos crescem rápido e podem precisar ser cortadas até duas vezes por semana nas primeiras semanas. Já as unhas dos pés crescem mais devagar, são mais moles e normalmente precisam ser cortadas uma ou duas vezes por mês. Não se preocupe se parecerem levemente encravadas, a menos que a pele ao redor fique vermelha, inflamada ou endurecida.

Orelhas e nariz

A higiene dessas regiões deve ser feita com cuidado, pois são áreas sensíveis. No caso das orelhas, a limpeza deve ser somente externa, utilizando uma fralda ou gaze úmida para remover a cera visível. Nunca introduza “cotonetes” ou outros objetos no ouvido, pois isso pode empurrar a cera para dentro e causar lesões.

Lavagem nasal

Em recém-nascidos e lactentes, evita-se o uso de medicamentos nasais, pois a maioria dos princípios ativos não foi estudada nessa faixa etária. A lavagem nasal com solução fisiológica, quando indicada pelo médico e feita corretamente, é segura e ajuda a aliviar sintomas de doenças respiratórias.

O procedimento consiste em aplicar soro fisiológico para remover muco, crostas e alérgenos das narinas. Pode ser feito com seringa sem agulha ou dispositivos próprios, respeitando o volume indicado para cada idade:

  • Até 6 meses: até 5ml por narina;
  • De 6 meses a 1 ano e meio: 5 a 10ml;
  • Acima de 1 ano e meio: 10 a 20ml.

A lavagem deve ser feita com delicadeza, sem aplicar pressão excessiva, sempre que houver obstrução ou secreção. Esse cuidado simples mantém as vias respiratórias desobstruídas, facilita a respiração e a amamentação, além de prevenir irritações e infecções.

Boca

Para alguns, o cuidado com a higiene bucal infantil deve começar ainda antes do nascimento dos primeiros dentinhos, enquanto para outros esse cuidado não precisa ser iniciado tão cedo. Por isso, vale buscar a orientação de um odontopediatra de sua confiança e avaliar o que é mais adequado para o seu pequeno. De modo geral, as orientações quanto à higiene da boquinha do bebê são: 

  • nos primeiros meses: há divergência entre especialistas sobre a limpeza da cavidade bucal antes do nascimento do primeiro dente. Alguns defendem a limpeza suave com gaze para remover resíduos, outros alertam que a saliva e os anticorpos naturais já exercem função protetiva e que a limpeza prematura pode até remover essa proteção. Logo, se você quiser seguir essa prática, pode iniciar uma limpeza muito suave com gaze em determinados casos (complemento alimentar, fórmula, mamadeira frequente);
  • quando nascer o primeiro dentinho: a escovação deve começar assim que o primeiro dente aparecer. Utilize uma escova infantil de cerdas macias e creme dental (na quantidade de um grão de arroz cru). Escove suavemente pela manhã, após as refeições e especialmente antes de dormir. Esse é o momento mais importante, pois a saliva diminui durante o sono e a proteção natural dos dentes também. Geralmente os dentes nessa fase são espaçados, mas se estiverem muito juntinhos, use fio dental com cuidado para limpar entre eles;
  • visita ao odontopediatra: é importante levar o bebê ao odontopediatra ainda no primeiro ano de vida, ou logo após o nascimento do primeiro dentinho. O profissional irá orientar sobre os melhores cuidados, acompanhar o crescimento dos dentes e identificar precocemente qualquer alteração na gengiva ou na arcada dentária.

Como montar um kit de higiene do bebê

Um kit de higiene bem preparado facilita os cuidados diários e ajuda a manter o bebê limpo e confortável. Ter esses itens à mão também garante que a higiene do pequeno seja segura e prática:

  • fraldas descartáveis ou reutilizáveis;
  • água morna e algodão para limpeza delicada ou lenços umedecidos específicos para recém-nascidos;
  • sabonete líquido suave ou “cabeça aos pés”;
  • hidratante hipoalergênico;
  • gaze estéril para limpeza do coto;
  • creme ou óleo para prevenção de assaduras;
  • tesourinha de ponta arredondada, cortador de unhas ou lixa para bebê;
  • toalhas macias e limpas;
  • fralda de pano para envolver o bebê durante o banho, se desejar;
  • pente ou escova de cerdas macias para cabelos;
  • recipiente para banho (banheira ou suporte adequado);
  • escova de dentes com cerdas suaves, própria para bebês, para serem usadas a partir do nascimento do primeiro dentinho;
  • pasta de dentes para ser usada a partir do nascimento do primeiro dentinho.

Higienização de roupinhas, toalhas e objetos do bebê

A higiene dos objetos e roupas do bebê é tão essencial quanto a do próprio corpo. Manter tudo sempre limpo e livre de resíduos ajuda a prevenir irritações na pele e infecções.

Roupas e toalhas

  • lave e seque todas as roupas antes do primeiro uso. Isso ajuda a remover resíduos de fabricação, poeira e possíveis agentes irritantes;
  • lave as peças do bebê separadamente das roupas dos adultos, especialmente até os primeiros seis meses de vida, evitando contato com resíduos de produtos mais fortes;
  • prefira sabão neutro, sabão de coco ou aqueles específicos para bebês, que são hipoalergênicos e menos agressivos à pele delicada, reduzindo o risco de alergias;
  • evite o uso de amaciante, alvejante ou produtos perfumados, que podem causar irritações;
  • enxágue bem, de preferência com mais de um ciclo de enxágue, para eliminar qualquer resíduo de sabão;
  • sempre que possível, seque as peças na sombra ou no sol e guarde-as em local limpo e arejado.

Mamadeira, chupeta e brinquedos

  • após cada uso, lave bem com água corrente e sabão neutro, removendo todos os resíduos de leite ou alimentos;
  • ferva ou esterilize conforme as instruções do fabricante, especialmente os itens que vão à boca do bebê;
  • verifique regularmente o estado desses objetos e substitua se apresentarem rachaduras, desgaste ou alteração de cor;
  • brinquedos que não podem ser fervidos devem ser lavados com pano úmido e sabão neutro e bem secos antes de voltar às mãos do bebê.

Escolhas conscientes: o que observar nos produtos de higiene do bebê

Ao escolher produtos de higiene do bebê, priorize sempre fórmulas limpas e seguras, suaves e desenvolvidas especialmente para a pele delicada dos pequenos. Prefira itens dermatologicamente testados, hipoalergênicos e livres de substâncias agressivas.

Mas atenção: nem todo produto que se diz “infantil” ou “neutro” é, de fato, adequado.

Os produtos destinados a bebês devem passar por testes específicos de segurança, que avaliam o potencial de irritação e alergia.

Esses cuidados ajudam a proteger a barreira natural da pele, evitando alergias, irritações e ressecamento, e garantindo uma higiene eficaz, mas gentil com o bebê.

Dicas para escolher produtos de bebês

  • Leia os rótulos: evite ingredientes potencialmente irritantes, como parabenos, sulfatos, ftalatos, corantes e fragrâncias artificiais;
  • Prefira produtos testados clínica e dermatologicamente e que sejam hipoalergênicos;
  • Selo Anvisa: o órgão impõe regras mais rigorosas para liberar produtos infantis no mercado. Por isso, verifique sempre se o produto é aprovado por ele e adequado à faixa etária da criança;
  • Pesquise a marca: escolha fabricantes com boa reputação e transparência na composição dos produtos;
  • Consulte profissionais: em caso de dúvida, peça orientação ao pediatra ou dermatologista.

Na dúvida, prefira produtos com rótulos curtos e ingredientes reconhecíveis; sem perfume, sem corantes e sem conservantes agressivos; com certificações de limpeza,  hipoalergenicidade ou dermatologicamente testado para bebês.

Observe os ingredientes das fórmulas

Ao escolher produtos de higiene para o bebê, é essencial observar os ingredientes da fórmula. A pele dos pequenos é mais sensível e pode reagir a certas substâncias químicas comuns em cosméticos. Veja quais ingredientes devem ser evitados:

  • álcool: pode ressecar e irritar a pele delicada do bebê, especialmente em produtos que permanecem sobre a pele, como loções ou cremes. Prefira fórmulas sem álcool ou com versões suaves, como o álcool cetílico (que é um álcool graxo e não irritante);
  • parabenos: conservantes usados para impedir o crescimento de fungos e bactérias. O problema é que podem acumular-se no organismo e estão associados a possíveis efeitos sobre o sistema hormonal. Nomes comuns: metilparabeno, etilparabeno, propilparabeno, butilparabeno;
  • sulfatos: são detergentes responsáveis pela espuma em sabonetes e xampus. Embora eficazes na limpeza, podem remover a oleosidade natural da pele e do couro cabeludo, causando ressecamento e irritação. Nomes comuns: Sodium Lauryl Sulfate (SLS), Sodium Laureth Sulfate (SLES), Ammonium Lauryl Sulfate, Sodium Trideceth Sulfate.
  • ftalatos: compostos usados para fixar fragrâncias e aumentar a flexibilidade de plásticos. São potenciais disruptores endócrinos, podendo interferir no desenvolvimento hormonal, reprodutivo e neurológico. Nomes comuns: dietilftalato (DEP), dimetilftalato (DMP), dibutilftalato (DBP);
  • conservantes liberadores de formaldeído: alguns conservantes liberam formaldeído, uma substância potencialmente cancerígena, associada a alergias, irritações cutâneas e problemas respiratórios. Nomes comuns: quaternium-15, DMDM hidantoína, imidazolidinil ureia, diazolidinil ureia.
  • fragrâncias artificiais: usadas para perfumar o produto, podem conter dezenas de substâncias químicas, incluindo ftalatos e compostos irritantes, sendo que muitos deles não são listados individualmente no rótulo. Em bebês, fragrâncias artificiais podem causar alergias e sensibilização da pele. Prefira produtos sem perfume ou com fragrâncias naturais e hipoalergênicas;
  • corantes artificiais: colorantes sintéticos (muitos derivados do petróleo) servem apenas para fins estéticos e podem causar reações alérgicas ou irritação. Nomes comuns: FD&C ou D&C seguido de número e cor (ex.: FD&C Red No. 40). Nos rótulos internacionais, aparecem como “CI” seguido de números, como CI 15510, CI 19140, CI 16185.

Aplicativos que podem ajudar a escolher produtos seguros

  • INCI Beauty: permite escanear o código de barras ou buscar pelo nome do produto. Mostra a avaliação de cada ingrediente e indica alternativas mais seguras. Ideal para analisar cosméticos e produtos de higiene infantil. Disponível em português para Android e iOS;
  • Skin Deep®: site do  Environmental Working Group (EWG) que reúne dados e informações sobre milhares de produtos, marcas e ingredientes cosméticos disponíveis no mercado e os classifica de acordo com a sua segurança em relação à saúde humana; 
  • Labeless (Scanner Alimentos e Cosméticos): escaneia alimentos e cosméticos, exibindo informações sobre ingredientes, aditivos, alergênicos e riscos à saúde. Útil para checar tanto produtos de higiene quanto alimentos infantis. Disponível em português para Android e iOS;
  • Yuka: analisa alimentos e produtos de higiene com base nos ingredientes, atribuindo uma nota de 0 a 100 e sugerindo alternativas mais seguras. Bom para ter uma visão rápida da segurança de cada produto. Disponível em português para Android e iOS;
  • OnSkin: permite escanear ou fotografar o produto e mostra se ele é adequado para peles sensíveis, avaliando risco de irritação, alergia e efeitos hormonais. Indicado para shampoos, sabonetes e loções para bebês. Disponível em português para Android e iOS;
  • Think Dirty: escaneia produtos de higiene e beleza, mostra o nível de pureza dos ingredientes e alerta sobre substâncias potencialmente tóxicas. Excelente para comparar marcas e encontrar opções mais limpas. Disponível em inglês para Android e iOS;
  • 1Source – Ingredient Scanner & Safety: analisa a segurança dos ingredientes em cosméticos, alimentos e produtos de limpeza, apontando riscos à saúde e sugerindo substituições. Útil para acompanhar diversas categorias de produtos usados com o bebê. Disponível em inglês para Android e iOS;
  • CodeCheck: escaneia produtos e apresenta detalhes sobre disruptores hormonais, microplásticos, corantes e conservantes. Ideal para identificar componentes controversos em produtos infantis. Disponível em português para Android e iOS.

O cuidado está nos detalhes

Cuidar da higiene do bebê é um processo de aprendizado. A prática, a experiência e a confiança se constroem aos poucos. O primeiro passo você já deu ao buscar informação, entender as necessidades do bebê e conhecer os produtos adequados para cada momento.

Com delicadeza, paciência e escolhas conscientes, cada gesto de cuidado se transforma em memória de carinho. Um ato que acolhe, protege e permanece no coração de quem cuida e de quem é cuidado. São esses detalhes que fazem toda a diferença na sua jornada.

O Be Generous se preocupa com o cuidado de mães e bebês, apoiando gestantes em situações de maior necessidade nutricional nesse momento tão especial. O objetivo é que elas e seus pequenos permaneçam saudáveis e possam aproveitar cada instante juntos, repleto de cuidado e afeto. Conheça mais sobre o projeto em nosso perfil no Instagram.

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