O que é e como incentivar a paternidade ativa?

Exercer a paternidade ativa vai muito além dos momentos de diversão. O caminho percorrido pelo pai inicia ainda no planejamento familiar, passa pela gestação, permanece durante o parto e os primeiros dias do bebê, e segue ao longo da vida da criança.

 Neste post, vamos entender um pouco mais sobre como ser um pai ativo, qual a sua importância e os seus benefícios para os filhos, para a parceira e no contexto familiar; além de como exercer e incentivar esse tipo de paternidade.

O que é uma paternidade ativa?

A paternidade ativa é mais do que ser a figura do pai biológico ou adotivo. É o ato de zelar, educar, alimentar, ser participativo em todos os momentos e cuidar da saúde física e emocional do pequeno. Envolve aquela troca especial de olhares, um contato direto e muito amor. Afinal, dar afeto e cuidar dos filhos não é somente um papel da mãe.

Ser um pai ativo inicia ainda antes da concepção, quando se decide ou não ter filhos. Por isso, conversar com a sua parceira é fundamental para que seja uma decisão consciente e cercada de comprometimento por ambos, desde o primeiro instante.

Qual a importância da paternidade?

O comportamento mais participativo, adotado em uma paternidade ativa, costuma ser a base para a construção de vínculos afetivos mais fortes e saudáveis entre todos os membros da família. 

Isso, porque, independente de ser ou não mãe de primeira viagem, tanto a parceira quanto a criança se sentirão mais confiantes, tranquilos e seguros nessa jornada.

Além disso, a atenção, a empatia, a sensibilidade e o carinho demonstrado pelo pai contribuem para o desenvolvimento da criança e a possibilidade de que se tornem pais mais engajados no futuro.

Como exercer a paternidade ativa?

Várias ações podem ser desenvolvidas pelos papais que pretendem exercer uma paternidade ativa. Confira as principais delas.

No planejamento familiar

  • Decida juntamente com a parceria sobre ter ou não filhos;
  • Alinhe desejos e expectativas;
  • Cuide da saúde para garantir a qualidade do espermatozóide, por meio de atividade física, alimentação saudável, suplementação e exames;
  • Participe das consultas de pré-concepção realizadas pela parceira.

Muito se fala sobre a suplementação na gravidez para mulheres, como por exemplo o ácido fólico e os seus benefícios na formação do bebê. No entanto, os homens também podem fazer o uso de suplementos para melhorar a saúde dos espermatozóides, evitar doenças e garantir melhor expressão gênica.

Nesse sentido, suplementos com funções antioxidantes e de nutrição mitocondrial, que aumentam a mobilidade dos espermatozóides e a fertilidade, podem ser grandes aliados na saúde dos futuros papais e também dos bebês.

Durante a gestação

  • Participe das consultas do pré-natal para receber informações sobre a gestação e como realizar, juntamente com a parceira, os cuidados com o recém-nascido;
  • Atualize a carteira de vacinação;
  • Mantenha a saúde em dia, por meio da realização de consultas de rotina, exames e visita ao dentista;
  • Evite o consumo de álcool, cigarro e outras drogas;
  • Desenvolva ou mantenha hábitos saudáveis (alimentação, atividade física e sono, por exemplo);
  • Promova mais confiança para a parceira e alivie seus medos e angústias;
  • Auxilie na organização da bolsa e o que levar para a maternidade no dia do parto.

No parto

  • Garanta que os documentos estejam organizados para a entrada na maternidade (carteira de identidade, caderneta da gestante, plano de parto, cartão do plano de saúde, entre outros);
  • Participe do momento do parto, caso você se sinta confortável, como forma de encorajar e apoiar a sua parceira;
  • Ao participar do parto, você também tem a oportunidade de cortar o cordão umbilical após o nascimento, assistido pela equipe médica;
  • Procure dar ou auxiliar no primeiro banho do bebê;
  • Apoie e estimule a parceira com a amamentação;
  • Providencie o registro de nascimento do bebê (os pais têm um prazo legal de até 15 dias após o nascimento para registrar a criança).

Nos primeiros dias de vida do bebê

  • Leve o pequeno para tomar as primeiras vacinas e realizar exames importantes, como o Teste do Pezinho, por exemplo;
  • Realize atividades como trocar fralda, dar banho, colocar para dormir, higienizar o umbiguinho e outros cuidados necessários com o bebê;
  • Participe e apoie a parceira durante a amamentação;
  • Preste atenção a possíveis sinais de depressão pós-parto da mãe.

Na amamentação

  • Procure estar presente no momento da amamentação sempre que possível;
  • Auxilie a parceira em outras atividades enquanto ela amamenta, quando necessário;
  • Caso já tenham outros filhos pequenos, dê atenção a eles durante a amamentação, para que a mãe se sinta mais tranquila e concentrada no momento;
  • Preste atenção na alimentação da parceira e contribua para que tenha uma dieta pós-parto equilibrada;
  • Seja paciente e compreensivo.

No crescimento saudável da criança

  • Auxilie seu filho nas tarefas escolares;
  • Leve ou busque o pequeno na escola;
  • Participe dos eventos, apresentações ou outras atividades importantes para a criança;
  • Tire um tempo para brincar ou praticar uma atividade física com o pequeno;
  • Procure incentivar o consumo de alimentos in natura e evite os ultraprocessados, ricos em açúcar e pobres em nutrientes;
  • Mantenha um bom relacionamento com a sua parceira.

Na vida do casal

  • Distribua as atividades domésticas e os cuidados com o bebê entre você e sua parceira sempre que possível;
  • Apoie e incentive sua parceira no retorno ao trabalho;
  • Demonstre segurança e tranquilidade nos cuidados com a criança.

Quais os principais benefícios da paternidade ativa?

Ser um pai ativo beneficia tanto a criança, quanto a mãe, o próprio pai e a vida do casal. Isso, porque a participação mais efetiva do homem torna os filhos mais confiantes e seguros, além de deixar as mamães mais tranquilas.

A paternidade ativa garante ao homem o cumprimento do seu papel enquanto pai, e coloca nas suas mãos a possibilidade de ser mais presente na vida dos filhos de forma participativa, carinhosa, empática e atenta.

Além disso, proporciona mais tempo, cumplicidade e uma relação de parceria entre o casal, o qual se torna mais confiante na jornada, aumentando os vínculos de afeto entre todos os envolvidos.

Como incentivar a paternidade ativa?

Para se exercer uma paternidade ativa, além dos deveres, são necessários alguns direitos. Embora de forma tímida,  a Lei do Acompanhante e a Licença-Paternidade cumprem esse papel no Brasil. 

Vamos conhecer um pouco mais sobre o que são, para que servem e como se aplicam essas legislações.

Lei do Acompanhante

A Lei do Acompanhante (Lei Federal nº 11.108, de 7 de abril de 2005) garante à gestante a presença do parceiro ou de um acompanhante de sua escolha para estar com ela durante e após o parto. 

A lei é válida para os serviços de saúde do SUS, rede própria ou conveniada, para parto normal ou cesárea e inclusive para a presença de adolescentes.

Licença-paternidade

A licença-paternidade também é um direito garantido por lei no Brasil, assim como em diversos países do mundo. A diferença está no tempo desse benefício.

Enquanto no Brasil, a Constituição Federal prevê apenas 5 dias corridos de licença-paternidade sem implicações trabalhistas, contados a partir do dia do nascimento ou adoção, em países como a Suécia o benefício pode se estender por até 68 semanas. Esse tempo ainda pode ser dividido entre o pai e a mãe.

Entre os países com maior licença-paternidade no mundo também estão a Dinamarca, Coreia do Sul e Japão (todos com 52 semanas), Canadá (37 semanas), Finlândia (23 semanas), Espanha (16 semanas), Noruega (15 semanas), Eslovênia e Islândia (12 semanas).

Empresa Cidadã

Ainda engatinhando nesse sentido, o Brasil aprovou, em 2016, alguns decretos para ampliar a licença-paternidade para servidores públicos federais, estaduais e municipais, e funcionários de empresas cidadãs.

No caso das empresas cidadãs (Marco Legal da Primeira Infância 21 A Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016), além dos 5 dias corridos garantidos pela Constituição Federal, os pais têm direito a mais 15 dias de licença, desde que comprovem sua participação em programas ou atividades de orientação sobre paternidade responsável. O acompanhamento do pré-natal e do parto são algumas delas.

Benefícios da licença-paternidade

  • Criação de um vínculo mais forte e duradouro entre pai e filho;
  • Maior suporte e cuidado com a mãe que acabou de passar pelo parto e está iniciando o processo de amamentação;
  • Divisão de tarefas entre os pais;
  • Redução das diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho;
  • Pais mais presentes, mães menos cansadas e crianças mais seguras, com mais apoio e amparo de ambos.

Aos papais de primeira viagem ou não, a paternidade ativa só tem a contribuir para a criação e o crescimento de crianças mais saudáveis e a constituição de famílias mais unidas e felizes.

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