Uma gestante no segundo trimestre de gestação, contra a luz do sol em um campo aberto, com a mão na barriga.

Diário da gestante: as surpresas do 2º trimestre

Para muitas das futuras mamães, o 2º trimestre é considerado a “lua de mel” da gestação. Isso porque, os sintomas de enjoo e mal-estar costumam ficar para trás nessa fase, e a barriga começa de fato a aparecer. 

No meu caso, no entanto, o 2º trimestre foi o mais desafiador. Nesse período passamos por muitos momentos positivos, mas também os mais angustiantes da gestação. Meu nome é Ana Paula, sou casada com o Thalles, e estamos à espera do nosso pequeno Pedro. 

Siga no texto para saber como foi a nossa experiência no 2º trimestre e entenda por que cada gestação é única. 

Como foi sentir e “ver” o bebê pela primeira vez

É muito comum ler ou ouvir relatos sobre os primeiros movimentos do bebê. Algumas pessoas relatam ter a sensação de estar com borboletas na barriga, outras sentem pequenos chutinhos e algumas simplesmente não conseguem sentir nada até 20 semanas ou mais.

Eu confesso que comigo aconteceu bem cedo. Por volta de 16 semanas, senti o que pareceu ser pequenos chutinhos na barriga. Ainda me pergunto se foi minha imaginação de mãe ansiosa para sentir o bebê mexer ou se realmente era o Pedro comprovando para mim que ele estava ali, ativo e saudável.

Mais impactante do que os primeiros movimentos para mim, no entanto, foi o primeiro ultrassom 5D. Eu realmente não tinha noção de que era possível ver o rostinho do meu pequeno com apenas 21 semanas de gestação. Um rostinho perfeito, definido e totalmente formadinho. Ele até fez um biquinho durante o exame.

Desejos inexplicáveis

Sempre tive dúvidas se essa história de desejo de grávida era real. Bem, agora posso dizer que sim, pelo menos no meu caso. Para a minha surpresa, durante essa fase da gestação, passei a sentir uma vontade absurda de comer chocolates e bolos, tomar sorvetes, enfim… comer doces em geral. E eu nunca fui de comer muito açúcar.

É claro que procurei manter o controle da situação, especialmente por ter conhecimento sobre os malefícios do açúcar. No entanto, foi algo que me chamou atenção e exigiu de mim muita dedicação e foco para não perder o controle, e ter sempre em mente o mais importante: o cuidado com a minha saúde e a do meu pequeno.

Desafios que surgiram

Com 21 semanas de gravidez, o mesmo ultrassom que mostrou pela primeira vez o rostinho do meu bebê também identificou a presença de um agregado de partículas no líquido amniótico, localizado no colo do meu útero. Chamado de sludge, ele pode causar a ruptura de membranas, resultando em um parto prematuro.

Neste momento, o médico me explicou que no meu caso esse seria um fator secundário para parto prematuro, uma vez que o meu colo era longo e estava bem fechado, informação que minha médica obstetra também confirmou.

Mais um diagnóstico difícil

Além do sludge, que precisei tratar com o uso de antibiótico, descobri que eu estava com diabetes gestacional.

No começo fiquei surpresa, irritada e sem entender. Mas após conversar com minha médica, entendi que a maioria das gestantes passa por algum tipo de complicação durante a gravidez e que nenhuma gestação é igual a outra.

Ela também me tranquilizou, pois me fez compreender que descobrir essas complicações com antecedência é um benefício de se fazer um pré-natal de qualidade, o que possibilita um tratamento adequado e com pouco ou nenhum prejuízo à saúde da mãe e do bebê. 

No meu caso, esse diagnóstico me possibilitou buscar uma nutricionista, adequar minha dieta e manter a minha glicemia sob controle, tornando desnecessário o uso de medicamentos. 

Autoestima nas nuvens

Sempre ouvi de mulheres grávidas que elas se achavam lindas com aquele barrigão. No entanto, eu não acreditava muito nisso até passar por esse momento.

Realmente comecei a me sentir cada dia mais linda com as mudanças que ocorriam no meu corpo. Os seios mais volumosos, a barriga cada vez mais arredondada, as unhas compridas e fortes, os cabelos mais cheios e a pele iluminada. 

É interessante ver como essa autoestima começa a refletir no seu entorno. Eu comecei a receber elogios de amigos, de familiares e de pessoas com as quais nunca havia tido contato na vida. 

Ah… como isso nos faz sentir bem, amadas e queridas, além de muito mais confiantes! Foi nessa fase que passei a exibir a minha barriga o máximo possível. Afinal, o que pode ser melhor do que receber o amor e o sorriso das pessoas?

Continua…