Imagem de um bebê recém-nascido. Ele tem a pele branca e os olhinhos puxados. Está dormindo em um bercinho e veste uma roupa de linho verde oliva, com detalhes em bege. Veste touca e está coberto com uma matinha do mesmo tecido e cor.

Diário da gestante: os primeiros dias com o pequeno

Chegar em casa com seu pacotinho de amor nos braços é um momento delicioso. Afinal, você se preparou durante meses para recebê-lo. As roupinhas, os itens de higiene, o quartinho, o carrinho, tudo está pronto à espera do seu bebê. O que foi idealizado durante a gestação será finalmente colocado em prática. 

E que prática (risos)! Prepare-se para realizar algumas tarefas muitas vezes ao dia, durante muitos dias. Sim, já adianto que é cansativo. Mas pode apostar que tem muito amor envolvido, o que faz valer cada segundo.

Meu nome é Ana Paula, sou casada com o Thalles e mãe do Pedro. Este é o último relato de uma série chamada Diário da Gestante, em que compartilho momentos importantes da minha experiência como mamãe Be Generous de primeira viagem.

Pequenas tarefas, grandes desafios

Você já deve ter ouvido a famosa frase “quando nasce um bebê, nasce uma mãe”. Pois bem, não é exatamente assim. Penso que nos tornamos mães e pais no decorrer dos dias, em que somos desafiados a aprender ou a ensinar algo aos nossos pequenos.

No início, até as coisas mais simples podem ser muito difíceis. Pelo menos foi assim comigo e com meu marido. Instalar o bebê conforto no carro para sair da maternidade, dar o primeiro banho em casa, amamentar, trocar a fralda, limpar o umbigo, vestir o pequeno e colocar para dormir no berço parecem ser coisas simples e automáticas. Mas acredite, não são. Afinal, a maioria delas você está fazendo pela primeira vez.

O que eu tenho para falar sobre isso? Não se cobre tanto. Com o passar dos dias, você adquire habilidades. O que considerava difícil se torna mais fácil e dá espaço para novos desafios que começam a fazer parte da rotina. Pense que são fases e não se preocupe em saber tudo antes da hora. Você irá aprender o que precisa ser feito em cada uma delas.

Amamentar pode não ser tão simples como parece

Durante a gestação, de modo geral, nos preparamos muito para o parto, mas pouco para os primeiros dias em casa com o pequeno e, menos ainda, para a amamentação. Por mais que eu tenha lido a respeito, no fundo acreditava que amamentar não seria algo tão difícil. 

Bem, a realidade não foi essa. Primeiro, meu leite demorou cinco dias para “descer”. Segundo, o bico do meu peito era reto. Terceiro, o Pedro nasceu com o freio lingual um pouco alterado (como se a linguinha estivesse presa) e não conseguia sugar.

Por isso, logo nos primeiros dias de vida, ele precisou de fórmula para se alimentar porque eu não tinha leite para oferecer para ele. Depois, já com leite no peito, eu precisava retirar, colocar em um copinho e oferecer, pois ele não conseguia mamar. Quando começou a sugar, machucou todo o meu peito, pois a pega não estava correta.

Resumindo, amamentar requer paciência, persistência e, em alguns casos, ajuda profissional. Para ter aqueles momentos mágicos de conexão entre mãe e filho que idealizei antes do nascimento do Pedro, precisei insistir muito em casa, além de buscar ajuda. Foram necessárias algumas semanas até que, finalmente, eu aprendesse a amamentar e o meu bebê a mamar.

A importância da rede de apoio

Meu conselho para as futuras mamães é que aceitem toda a ajuda possível. Aqui em casa, nós recebemos muitas visitas nos primeiros meses de vida do Pedro, algo que poderia ter sido negativo se eu não estivesse aberta a receber ajuda.

Antes de chegar na minha casa, eu já avisava que precisava de ajuda para cozinhar, organizar a casa, lavar as roupas e mesmo ficar alguns minutinhos com o bebê. Assim, eu não ficava ansiosa em ter que preparar a casa para receber as pessoas e tinha uma boa ajuda extra com as atividades cotidianas e com o pequeno.

Por mais que seu parceiro tenha a possibilidade de ficar em casa com você, como eu tive, uma rede de apoio é muito importante. Um bebê requer cuidados o tempo todo e vocês irão precisar de ajuda, nem que seja para preparar uma refeição. Também não há nada de errado em deixar o bebê com alguém para você descansar um pouquinho. Dormir uma ou duas horas durante o dia pode ser revigorante para encarar as madrugadas de muito tetê.

Todo mundo quer saber do bebê

Os holofotes que estavam voltados para a mãe durante a gestação passam todos para o bebê assim que ele nasce. Prepare-se para receber muitas mensagens com perguntas sobre como está o pequeno ou solicitando fotos. Seus pais, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, enfim, todo mundo vai querer saber do bebê.

Acho importante se preparar para isso também. Parece apenas um detalhe, mas o puerpério é um momento em que a mulher se sente fragilizada, emotiva e até mesmo insegura, tanto em relação aos cuidados com o bebê quanto com o próprio corpo e a sua nova versão (deixamos de ser apenas filhas para nos tornarmos mães).

Ainda, essa curiosidade pelo bebê é algo natural e carinhosa. Não é que as pessoas deixaram de gostar de você. Elas apenas querem saber mais sobre esse pequeno ser que acabou de chegar ❤️.

Calma! Você vai aprendendo a cada dia

Nos primeiros dias o bebê vai chorar e você não saberá o motivo. Muitas vezes, não conseguirá acalmá-lo de imediato. Talvez você não consiga amamentar ou trocar ele direito. Pode ser que ele passe um pouco de frio ou de calor e, quase sempre, você irá se deparar com alguém pronto para dar um palpite.

Fique calma! Você vai aprender a ser mãe no dia a dia, com o seu bebê. Pense que você está fazendo o melhor que pode, dentro das condições que tem. Peça ajuda quando se sentir insegura e não tenha vergonha de admitir que não sabe fazer algo ou que não conseguiu.

Não é sobre romantizar a maternidade, pois realmente é algo desafiador. Mas também não é sobre exaltar a imagem de uma mãe sempre cansada e exausta como sendo o retrato da maternidade real. Depois de alguns meses como mãe, posso dizer que o mais importante é ter a consciência de que a sua jornada é única. 

Nenhuma mãe é igual a outra, nenhum bebê é igual ao outro. Não se comparar e viver esse momento de aprendizado vai tornar a sua maternidade mais leve, pois as expectativas estarão alinhadas à realidade em que você vive. Pelo menos é assim que tento seguir desde a chegada do Pedro e tem dado certo 🙌🏼.

Sobre a série de relatos Diário da Gestante

O Diário da Gestante é uma iniciativa do projeto Be Generous para compartilhar um pouco da experiência de mamães reais sobre a gestação, o parto e o pós-parto. A primeira série de relatos foi com a mamãe Ana Paula Eckert e conta com oito textos, que vão desde a descoberta da gestação até os primeiros dias com o pequeno Pedro em casa. 

Quer saber mais sobre essa história? Confira no blog todos os depoimentos da série.