Assim como em um casamento os holofotes se voltam todos para a noiva, na gestação, o centro das atenções costuma ser a mãe. Todos querem vê-la, saber como está se sentindo e o que está fazendo. De modo geral, é ela que recebe a maior parte dos cuidados e orientações para se manter saudável, os elogios e também os palpites, é claro.
Não sei se é por esses motivos ou não, mas esse movimento acaba fazendo com que muitas mamães assumam todas ou boa parte das responsabilidades da gestação, do parto e do pós-parto, deixando os seus parceiros, muitas vezes, em segundo plano ou sem plano algum.
Por isso, decidi falar um pouco sobre a minha experiência com o meu marido nesse sentido, como está sendo a participação dele durante a gestação e o que eu espero com esse envolvimento. Meu nome é Ana Paula, tenho 37 anos, sou casada com o Thalles e estamos à espera do Pedro, nosso primeiro filho. Vem com a gente!
Por que eles também precisam de informação e preparação?
Logo que descobri a gestação e comecei a falar com o meu marido sobre a escolha do médico, o tipo de parto que eu gostaria de ter, como eu imaginava o meu pós-parto, entre outras coisas, observei que ele não estava tão familiarizado com esses assuntos quanto eu.
O fato de eu ler e escrever sobre temas relacionados à maternidade há quase dois anos (trabalho com produção de conteúdo) e ter ajudado a minha mãe nos cuidados com os meus irmãos mais novos (especialmente a minha irmã, pois quando ela nasceu eu tinha 15 anos) fez com que eu tivesse uma noção do que é uma gestação, os principais cuidados e como é ter um bebê em casa.
Porém, o meu marido não passou pelas mesmas experiências que eu. Logo, ele precisava de informações, esclarecimentos e uma preparação ainda maior do que a minha. Afinal, como ele poderia me auxiliar sem conhecimento? Como poderíamos passar por essa experiência juntos de uma forma prazerosa sem estarmos alinhados?
Como o meu marido está participando da gestação?
Desde o início, o Thalles se mostrou aberto a participar de tudo. Eu tenho o hábito de planejar, organizar, ler e buscar informações, o que muitas vezes acaba fazendo com que eu tome decisões imaginando que ele não irá se importar por não ter sido envolvido.
Mas, em relação ao Pedro, não poderia ser assim. Ele é nosso filho e, como pai, o Thalles tem o direito de participar de todos os momentos, assim como o de assumir as suas responsabilidades para exercer uma paternidade ativa.
Nem sempre é tudo lindo e perfeito. Ele viaja muito e tem uma agenda apertada. No entanto, procura se organizar ao máximo para estar presente nas consultas de pré-natal, nos exames de ultrassom e nas conversas com a doula. Também combinamos de assistir alguns documentários juntos, assim como fazer leituras importantes que possam nos preparar melhor para essa experiência maravilhosa que é ter um filho.
O que eu espero dele no parto e no pós-parto?
Quem já leu meu relato anterior sabe que a minha prioridade após a descoberta da gestação foi buscar profissionais capacitados para me ajudar a ter um parto natural. Mais do que entender a minha escolha, o Thalles apoiou essa decisão desde o início e tem me ajudado na preparação física e mental que esse momento requer.
Além de exercícios específicos para o parto, que fazemos juntos, conversamos bastante sobre o papel dele no dia do nascimento do nosso filho. O que ele irá fazer, como ele pode me ajudar e quais serão as atribuições dele no dia, desde as burocráticas (como a internação no hospital) até os primeiros cuidados com o bebê.
Também conversamos muito sobre o puerpério, essa fase tão delicada devido às mudanças no corpo da mulher, à restrição de sono, aos desafios da amamentação e também à insegurança de cuidar de um serzinho tão frágil e que depende inteiramente de você.
Nesse sentido, eu já consigo ver o Thalles muito mais preparado e informado para me dar apoio e me ajudar, tanto no controle emocional quanto nos cuidados com o nosso Pedro e também com a casa.
Por fim, todo esse envolvimento nos aproximou ainda mais para tomarmos as demais decisões necessárias em relação ao bebê e às nossas necessidades pessoais também (que não podem ser esquecidas). Sem contar que nos sentimos tranquilos e confiantes para viver o que consideramos ser o momento mais importante e mágico das nossas vidas.
Continua…