A vitamina D é um nutriente essencial para o crescimento e o desenvolvimento saudável dos pequenos, desde a barriga da mãe. Ela também é considerada um pré-hormônio, devido à sua ampla gama de ações e à sua atuação semelhante à dos hormônios, ligando-se a receptores presentes em diversas partes do corpo.
Mas como saber se o seu bebê está recebendo a quantidade adequada desse nutriente? Qual é essa quantidade? O que acontece se houver deficiência de vitamina D na primeira infância? Continue com a gente para esclarecer essas e outras dúvidas sobre o tema.
Quais são os benefícios da vitamina D para bebês?
Os benefícios da vitamina D para bebês começam na gestação e seguem durante a infância até a vida adulta. Mamães com níveis adequados desse nutriente durante a gravidez reduzem as chances de:
Além disso, a vitamina D contribui para o crescimento saudável dos pequenos em todas as fases da vida, pois ajuda:
- no fortalecimento dos ossos, mantendo os níveis adequados de cálcio e fósforo no sangue, o que é essencial para formação de ossos fortes, desde a barriga da mãe até a idade adulta;
- na saúde muscular, agindo no tônus e desenvolvimento motor;
- no fortalecimento do sistema imunológico, atuando na prevenção de infecções;
- no desenvolvimento do sistema nervoso central, participando da regulação de hormônios e neurotransmissores;
- na regulação da atividade de mais de 2.000 genes, estando envolvida em diversos processos importantes para o crescimento e funcionamento do organismo.
Como os pequenos obtêm vitamina D?
Assim como os adultos, os bebês e as crianças podem obter vitamina D de três formas principais: pela exposição ao sol, por meio da alimentação e pela suplementação. Vamos entender melhor cada uma delas.
Exposição solar
Estima-se que cerca de 90% de toda a vitamina D disponível no organismo venha da exposição solar e menos de 10% seja obtida por meio da alimentação. Os raios UVB são os principais responsáveis por estimular a produção desse nutriente na pele, e a síntese parece maior no horário entre às 10h e às 16h, e quando não há uso de protetor solar.
Não há um consenso sobre qual seria o tempo de exposição necessário para a síntese de vitamina D pela pele e para manter os níveis adequados desse nutriente no organismo. Afinal, a região geográfica, a cor da pele e a estação do ano são fatores que podem interferir nessa produção devido à intensidade e à forma como os raios UVB atingem a pele.
No entanto, quando se trata de bebês e crianças pequenas, como a pele é muito sensível, a Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda a exposição solar sem proteção nesses horários, mesmo que haja deficiência de vitamina D comprovada, pois há o risco de queimaduras e outras complicações. Nesses casos, a orientação é buscar um profissional da área que, geralmente, irá sugerir um tratamento por meio da alimentação e/ou suplementação.
Ainda, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, bebês de 0 a 6 meses não devem ser expostos diretamente ao sol. Após essa idade, o uso de protetor solar deve ser diário e acompanhado de outras medidas de fotoproteção, como o uso de roupas e acessórios com proteção UV e passeios ao ar livre sempre antes das 10h e após às 16h.
Alimentação
Alguns alimentos são naturalmente ricos em vitamina D, como o salmão, a sardinha, o atum, a gema do ovo e os derivados lácteos, como o iogurte e alguns queijos. No entanto, até mesmo para os adultos, é muito difícil manter os níveis adequados desse nutriente no organismo somente por meio da alimentação.
No caso dos bebês menores de 6 meses, que se alimentam pelo leite materno é ainda mais complexo. Isso se dá porque, mesmo sendo considerado o alimento mais completo que existe, ele possui baixos níveis de vitamina D. Para se ter uma ideia, um litro de leite materno possui entre 20 e 50 UI (isso em mães suplementadas e com níveis ótimos), quando a recomendação diária desse nutriente para crianças de até 1 ano é de 400 UI.
Para os bebês que se alimentam com fórmula infantil, há opções de produtos enriquecidos com vitamina D. Ainda assim, pode ser necessário algum reforço, considerando a quantidade de leite ingerido durante o dia ou outras condições a serem avaliadas pelo pediatra.
Mesmo após os 6 meses, quando os pequenos começam a inserir outros alimentos na dieta, a alimentação sozinha pode não ser suficiente para suprir a necessidade diária do nutriente.
Suplementação
Por esses motivos, a suplementação de vitamina D é recomendada para a maioria dos bebês, desde o nascimento. Ela é uma forma eficaz e segura tanto para repor o nutriente quanto como medida preventiva contra a hipovitaminose, ou seja, a falta de vitamina no organismo em grupos considerados de risco.
Quais são os sintomas da falta de vitamina D em bebês?
Quando o corpo não tem vitamina D suficiente, ele absorve menos cálcio e fósforo do que precisa. Para compensar os menores níveis sanguíneos, o organismo retira cálcio dos ossos, o que pode deixá-los mais fracos. Por isso, dependendo do tempo e da gravidade da deficiência, os sintomas podem variar.
Nos casos leves, a falta de vitamina D pode não causar nenhum sintoma aparente. Já em situações mais prolongadas, pode haver atraso no crescimento da criança, irritabilidade, dor nos ossos e fraqueza muscular.
Quando a deficiência é grave, o pequeno pode desenvolver raquitismo, que causa ossos fracos e deformidades. Nesses casos, outros sinais podem aparecer também, como:
- atraso no nascimento dos dentes;
- suor excessivo na cabeça;
- irritabilidade frequente;
- amolecimento do crânio e fechamento tardio das fontanelas (moleiras);
- alterações na estrutura dos ossos, como pulsos e tornozelos mais largos e pernas curvadas.
Além do raquitismo, a falta de vitamina D, quando muito grave e não tratada, pode estar associada ao aumento de infecções, especialmente as do trato respiratório, como resfriados e pneumonia, asma e o desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 1.
Quando o bebê deve suplementar vitamina D?
Como forma de prevenir a falta de vitamina D e o raquitismo, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a ingestão de alimentos ricos ou fortificados com vitamina D e o uso de suplementos para bebês, crianças e adolescentes de 0 a 18 anos.
O que varia é a dosagem, pois ela depende da idade e também de alguns fatores que podem fazer com que a criança necessite de uma dose maior (grupos de risco). Por isso, é essencial que a recomendação adequada seja feita pelo pediatra que acompanha o seu filho.
Grupos de risco
Os grupos de risco incluem bebês:
- com pouca ou nenhuma exposição ao sol;
- com a pele escura;
- prematuros;
- com problemas no intestino que dificultam a absorção dos nutrientes;
- com doenças no fígado ou nos rins;
- com alimentação vegetariana ou vegana sem acompanhamento adequado;
- com obesidade;
- com histórico de deficiência de vitamina D na gestação;
- que usam alguns tipos de medicamentos que afetam os níveis dessa vitamina.
Se a criança se encaixa em alguma dessas situações, o pediatra pode recomendar exames e, se necessário, ajustes na alimentação ou suplementação para garantir um crescimento saudável.
Qual é a melhor vitamina D para bebês?
A melhor fonte de vitamina D é a exposição solar. No entanto, como a pele dos bebês é muito sensível, especialmente até os 6 meses, a melhor forma de obter esse nutriente nas quantidades adequadas é combinar alimentos que contenham vitamina D com suplementação.
A partir dos 6 meses, atividades ao ar livre, antes das 10h e após às 16h, com protetor solar, devem ser estimuladas, pois os filtros solares não impedem a absorção de 100% dos raios ultravioletas pela pele. Logo, essa prática pode contribuir para a produção da vitamina D pelo organismo.
Como oferecer a vitamina D para o meu filho?
A forma mais comum de suplementar a vitamina D para bebês é em gotas. Uma dica para colocar na rotina e não esquecer é estabelecer um horário para oferecer o suplemento ao pequeno. Por exemplo, dar o suplemento todos os dias ao acordar ou durante o café da manhã. Assim, fica mais fácil para você lembrar, pois sempre irá associar esse momento à suplementação.
Você pode aplicar as gotinhas diretamente na boca do bebê ou em uma colher. Outra alternativa é diluir no leite. Porém, nesse caso, você precisa fazer com que o pequeno beba todo o conteúdo para que a dose diária da vitamina esteja garantida.
Independentemente da forma escolhida, é importante manter a rotina diária e seguir a dosagem recomendada para obter os benefícios dessa vitamina tão essencial. Ainda, é importante ter momentos ao ar livre com o bebê e cuidar da alimentação desde o início.